O biometano, gás renovável produzido a partir do biogás gerado na digestão anaeróbia de resíduos orgânicos, tornou-se um componente fundamental nas estratégias de transição energética, tanto na Europa quanto na América Latina. O Grupo IGNEO atua em todas as etapas, desde estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, passando pela engenharia do proprietário e finalizando com a gestão das licenças para a realocação do digestato.
ESTUDO DE VIABILIDADE E PROJETO CONCEITUAL
O Grupo Igneo elabora estudo abrangente para avaliar a viabilidade técnica e econômica de usina de biometano. O foco é analisar a capacidade de geração de biogás e biometano a partir dos resíduos, além de explorar a possibilidade de otimizar essa produção por meio de codigestão com resíduos complementares.
Envolve ainda a definição dos principais componentes da planta, o dimensionamento básico da infraestrutura, a criação do layout e dos balanços de matéria, e o desenvolvimento de um desenho conceitual para sua implantação. A avaliação econômica preliminar é realizada para garantir que o projeto seja financeiramente viável, contribuindo para uma operação sustentável e eficiente.
Com isso, buscamos oferecer uma solução que maximiza o aproveitamento de recursos locais, otimizando o desempenho da planta e sua capacidade de geração de energia renovável. O gráfico abaixo apresenta as perspectivas de novas Usinas na Europa.
Fonte: Apresentação Giulia Cancian. EBA. Secretário Geral da Exposição de Gás Renovável de Valladolid. Outubro 2024
PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS
Apesar de seus benefícios em termos de descarbonização e uso de energia, as plantas de produção de biometano têm uma série de impactos ambientais significativos que devem ser gerenciados adequadamente para cumprir os marcos regulatórios exigidos e garantir sua sustentabilidade a longo prazo.
- Emissões atmosféricas. As usinas de biometano geram emissões de gases como CO₂ e CH₄. O risco de emissões fugitivas durante o processo de modernização é significativo, portanto, sistemas avançados de captura e controle, como tecnologia de vedação hermética, devem ser empregados, minimizando assim o impacto climático do metano.
- Gestão de efluentes e resíduos. A produção de biometano gera efluentes líquidos e digestatos sólidos. Esses resíduos devem ser tratados adequadamente para evitar a contaminação do solo e das águas subterrâneas. O digestato pode ser valorizado como fertilizante, mas deve atender aos requisitos legais para uso seguro.
- Emissões de odores e ruídos. Odores provenientes do manuseio de resíduos e ruídos de equipamentos mecânicos (compressores e geradores) são aspectos que requerem mitigação por meio de biofiltros e barreiras acústicas para atender aos limites legais e reduzir o impacto nas comunidades próximas.
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
Na Espanha, a construção e operação de usinas de biometano requerem a Autorização Ambiental Integrada (AAI), conforme estipulado no Real Decreto Legislativo 1/2016 e na Avaliação de Impacto Ambiental (EIA), de acordo com o disposto na Lei 21/2013. A AAI é obrigatória para instalações que excedam determinados limites de capacidade e garante que os limites de emissão e gerenciamento de resíduos sejam atendidos de acordo com as Melhores Técnicas Disponíveis (BAT). Para obter o AAI, o desenvolvedor deve apresentar um projeto detalhado que inclua uma análise dos impactos no ar, água e solo, além de medidas de mitigação. Deve também demonstrar a conformidade com os níveis de emissão associados às MTD (NEA-BATS), específicos para a gestão de resíduos e a produção de biometano.
No Brasil, as usinas de biometano estão sujeitas a um processo de licenciamento ambiental que pode variar de acordo com o estado, mas segue uma estrutura trifásica: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO). Dependendo do tamanho e da localização da usina, pode ser necessário um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), gerenciado pelos órgãos ambientais estaduais ou pelo IBAMA em nível federal. Além disso, devem cumprir as normas de controle de emissões atmosféricas de acordo com a Resolução CONAMA 382/2006 e de gestão de efluentes regulamentadas pela Resolução CONAMA 430/2011, o que implica a implementação de sistemas de monitoramento contínuo de emissões e descargas.
ENGENHARIA DO PROPRIETÁRIO
A implantação de plantas de biometano requer uma abordagem técnica robusta e precisa para garantir a eficiência e sustentabilidade do projeto. A Engenharia do Proprietário desempenha um papel central nesse processo, gerenciando desde o planejamento até a execução, integrando tecnologia e boas práticas para assegurar o sucesso do empreendimento.
Na fase de Planejamento e Estudos, são criados procedimentos claros, uma Matriz de Responsabilidades e um Plano de Comunicação para garantir que todos os envolvidos saibam suas funções e os meios adequados para colaboração. Essa base é essencial para o cumprimento das metas em termos de prazo e qualidade.
O Cronograma Master organiza o projeto em fases estratégicas, como projeto, suprimento, construção, montagem e comissionamento, garantindo que todas as etapas se integrem de forma eficiente. Paralelamente, o orçamento de Referência é estabelecido para monitorar os custos e ajustar a execução conforme necessário, sempre com uma reserva de contingência para eventuais imprevistos.
Utilizamos a metodologia BIM (Building Information Modeling) para coordenação dos projetos. O BIM melhora a precisão e minimiza erros, facilitando a comunicação entre disciplinas e equipes, resultando em uma execução mais eficaz e econômica.
